terça-feira, 29 de dezembro de 2009

domingo, 27 de dezembro de 2009

Rifa-se um coração.

Rifa-se um coração. Rifa-se um coração quase novo.





Um coração idealista. Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário.
Rifa-se um coração que na realidade está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões. Um pouco inconseqüente que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu "...não quero dinheiro, eu quero amor sincero, é isso que eu espero...". Um idealista...Um verdadeiro sonhador...
Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece, e mantém sempre viva a esperança de ser feliz, sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste em cometer sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas, mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado indicado apenas para quem quer viver intensamente contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo, só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal quando ouvi este louco coração de criança que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer". Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconseqüente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo, mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda não foi adotado, provavelmente, por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais, por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que, mesmo estando fora do mercado faz questão de não se modernizar, mas vez por outra constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário a publicar seus segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

' A música parou.





... é mais um dia silencioso, quando a morbidez da sua ausência estampa todas as visões possíveis, e o telefone que deixou de tocar, o filme que não passou, a palavra que não disse, o som que não toca, evidencia o espaço vazio que você já não ocupa mais.

Saiu da minha vida pela porta dos fundos, sem aviso prévio, em passos silenciosos e não tem previsão de volta.
Vasculhar o passado em busca de uma resposta acaba sendo mais brutal. É frustrante reviver lembranças que remetem à saudade , e que no fim não respondem nenhuma das suas dúvidas, ao contrário, só fazem surgir lamentações. Lamentações do que não foi e poderia ter sido, ou do que foi mas não era pra ser, ou que era pra ser mas não foi.
Tudo bem que não foi e poderia ter sido, ou do que foi mas não era pra ser, ou que era pra ser mas não foi, eu só acho que todo quase, merece uma explicação; logo eu, que adoro respostas...
História sem fim só é bom nos livros da Lígia Fagundes, o final não-desejado mas planejado, não era assim... ‘ tinha uma frase saudosa, e um abraço com direito a beijo de despedida. :*


Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever pra dizer que o teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado, prá dizer que teu crime me cansa e não compensa entrar na dança depois que a música parou. A música parou.  Escrever uma carta definitiva, que não dê alternativa pra quem lê. Te chamar de carta fora do baralho, descartar, embaralhar você e fazer você voltar ao tempo em que nada nos dividia. Havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais, era perfeita simetria, éramos duas metades iguais.
O teu maior defeito talvez seja a perfeição, tuas virtudes talvez não tenham solução; então pegue o telefone ou um avião, deixe de lado os compromissos marcados, perdoa o que puder ser perdoado, esquece o que não tiver perdão e vamos voltar aquele lugar [...]

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fim de um ciclo. Começo de outro.




" bom mesmo é ir a luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe
e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem se atreve ...
A vida é muita para ser insignificante. "






Não existe sensação melhor do que a de sentir que você conseguiu, que a missão esta cumprida e com o máximo de excelência possível. É indescritível.
Vale a pena passar mais tempo realizando do que sonhando. Fazendo, do que planejando. Vivendo, do que esperando.
Meu pai sempre me disse que o sucesso sempre vai pertencer ao mais preparado - e não é que ele tinha razão !
Acredite, a sua amargura de hoje é com certeza a sementinha da sua alegria de amanhã. Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, e as vezes é necessário dar um passo atrás para dar dois a frente (:
Lembre-se de que você mesmo é o melhor secretário de sua tarefa, o mais eficiente propagandista de seus ideais, a mais clara demonstração de seus princípios, o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça, e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros. Não se esqueça, de que o maior inimigo de suas realizações mais nobres, a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você prega, a nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar, o arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação - é você mesmo.



quinta-feira, 26 de novembro de 2009

' Acabou assim, pela internet; como qualquer amor moderno ...

Acabaram por se afastar, mas...
olha, ela ainda sonha com ele...
... e ele ainda pensa nela ...





' Ambos não estavam nos planos um do outro, e ainda assim foi incrível.
Mas acabaram por se afastar, uma pena...
Um desperdício de corações,de sensações,de amores e de ilusões.
Mas olha, ela ainda sonha com ele...
... e ele ainda pensa nela ...
[???]



Ninguém nunca vai entender o quanto de você ainda existe em mim.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ausência .


Parece que depois de tanto correr, eu olhei pro lado e vi que a vida me pôs outra vez vulnerável ao não te ter. Nunca me senti tão inquieta como agora, nunca o silencio me atormentou tanto. Há algo profundamente triste em saber que aquele alguém não vai voltar...
[...] nem lembro quem eu era antes de você!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Carta à um ausente '

Por que me deixaste assim sem me dizeres quem eu sou ?

Hoje eu tive certeza sobre a distância entre nós.

   Na noite anterior eu temia o dia seguinte, porque de certa forma eu já sabia que você não vinha; mas a gente sempre espera o melhor [...]
   À medida que as horas corriam, o coração foi se esmagando como uma ervilha pisada por elefantes. Você não veio. A tarde foi vazia, e eu senti a face da sua ausência.
  Minha angústia não é pelo fato de não estar-mos mais juntos, nem pelo fato de você agora, freqüentar outros sofás. É por sentir a distância entre nós cada vez maior, e saber que eu não mais terei o seu cheiro nas minhas roupas, nem sua cabeça no meu colo, nem seus afagos, nem seus suspiros ao pé do ouvido, nem você aqui. Olhar o sofá e não te ver dormindo vai ser doloroso, e até suas reclamações diárias já fazem falta.
Espero com veemência, que um dia você volte a compartilhar comigo as tardes de terça feira, as noites de sexta, a tortinha de limão, o controle remoto, o edredom, o pão de queijo, o banco do carro, e por que não as mensagens inesperadas ás onze da noite, os planos para o futuro, as dúvidas, os conhecimentos, as experiências, e tudo aquilo que fez de você, uma pessoa especial pra mim ?!
Na minha memória, todos os nossos momentos ficarão eternizados, e vou recordar-los sempre com carinho e muita saudade.

Beijos, abraços, mordidas e paixão;
de quem te adora e te quer bem.
Saudades.

Somos individuais, querendo ou não.
Devemos viver por nós, sempre buscando o propósito da nossa existência. Aprendamos com as cordas do violão, que são independentes, mas juntas, cada uma fazendo a sua parte, constroem as mais belas melodias. As pessoas se completam não por serem metades, mas por serem pessoas inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e... vida! Portanto, NUNCA SE ABANDONE! Você sempre será responsável por grande parte da própria Felicidade!

Estou desorganizada […]
"É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira que vivo.
{…}Se tiver coragem, eu me deixarei continuar perdida. Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo. Quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação. Como é que se explica que o meu maior medo seja exatamente em relação: a ser? e no entanto não há outro caminho. Como se explica que o meu maior medo seja exatamente o de ir vivendo o que for sendo? como é que se explica que eu não tolere ver, só porque a vida não é o que eu pensava e sim outra como se antes eu tivesse sabido o que era! Por que é que ver é uma tal desorganização?”

(Clarice Lispector - 'A Paixão Segundo G.H.')

domingo, 15 de novembro de 2009


"...Não quero te confessar que morro ao ver-te com outro alguém, também não quero dizer que por vezes a minha boca tentou te dizer que ao meu lado tu seria a pessoa mais feliz do universo! Essa sempre foi a minha missão e você sempre teve tanta certeza disso quanto eu, lá nos lugares mais profundos e recriminados por você e em você mesma. Sabes que o meu amor é só teu, mas me afogas dentro de si, me aprisiona e não me deixa sair, chora diante de mim, me acorrenta e grita socorro sem que eu possa te salvar! Os meus passos eu dei, um a um, mas você temeu cair no rio, não confiou na firmeza da ponte que eu construí pra você. Talvez, meu bem, tenhamos sido amaldiçoados com a felicidade de encontrar o amor em corpos errados ".

Trecho de "Os Impublicáveis"

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

' No meu ser todas as agitações se anulam – nada permanece para a vida. Só eu permaneço parada dentro do tempo passado, passando, passando [...]




O tempo tem passado tão depressa...
Eu observo da janela, o ponteiro apressado do relógio do universo.
Mas eu não tenho mais pressa !
Eu tenho andado devagar. Eu tenho parado no meio do caminho na volta pra casa para observar o mundo que passa ( e eu não tenho passado com ele ). A rotina acomodada agora incomoda, eu não tenho pressa de vivê-la.
Agora meu tempo é quando.
Deixei de lado as preocupações que me faziam definhar.
Vivo um dia de cada vez. Aproveito cada raio de Sol. Deixo o vento bagunçar os cabelos. Permito-me.
Sentar e observar me deixa mais “pra trás” que os outros ?
Eu sinto como se todos corressem para o seu destino, acelerados e ansiosos como um predador que caça pra sobreviver, e eu apenas ficasse na calçada esperando o meu chegar -- Ele esta atrasado