sábado, 27 de fevereiro de 2010

Repito todas as manhãs .

Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.
Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se não fosse nada.

 
 
 
 
Caio F. Abreu

Essa noite eu não vou chorar de saudades .

E eu que pensei que seriam suficientes todas aquelas vezes que entre um beijo e outro, entre um entregar-se e outro, eu te olhava atentamente os detalhes, com fome de guardar qualquer imagem tua que pudesse amenizar a saudade que eu começaria a sentir milésimo de segundos depois de você beijar a minha boca que se faria outra vez fria e soltar as minhas mãos pra entrar naquele trem que te levaria pra cidade ao lado. Eu imaginava que quando você subisse naquele trem algo de mim seria levado, mas não sabia que me doeria tanto a ponto de me tirar a paz na segunda-feira. A saudade segue aqui, e toda a tentativa de te manter fresca na lembrança foi só artifício pra me prender mais ainda na falta que eu sentiria. [...]


Dani Cabrera .

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

"...Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender..."


Caio Fernando Abreu.

sábado, 6 de fevereiro de 2010


[...] A ultima expressão do rosto dele é a mesma que ele a encontra a cada vez que isso acontece: um sorriso cheio de todas as melhores coisas que ele tem dentro dele – um feixe de luz. Um sorriso cheio de todas as promessas que ele está disposto a cumprir caso ela possa ser só sua de uma vez por todas. E o silencio... De quem tem tanta, mas tanta coisa a dizer que o que mais conveniente é ficar calado e aproveitar tudo o que não se diz com voz. [...]


[ Dani Cabrera ]

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Quase

De tudo que um dia existiu e acabou ficam as lembranças !



Algo que nem o tempo, nem a ação de alguém pode apagar. As boas lembranças surgirão nos momentos menos adequados, inesperadamente. Quase um Déjá vu . E serão provas irrefutáveis de que valeu a pena ter vivido aquele momento. Ficarão gravados na memória como uma infinidade de pequenos filmes, como as cenas dos nossos filmes favoritos...
As boas lembranças terão o mesmo efeito nostálgico e serão acompanhados pelos suspiros abafados e um leve aperto no coração... Mas a vida segue, os filmes acabam e “The end” aparece bem na nossa frente em letras garrafais como quem diz: Levanta ! O filme acabou!
E acabou como não queríamos que acabasse [...]
QUASE !

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

3 x 4



Diga a verdade ao menos uma vez na vida, você se apaixonou pelos meus erros.
Não fique pela metade, vá em frente meu amigo. Destrua a razão deste beco sem saída.
Diga a verdade, ponha o dedo na ferida. Você se apaixonou pelos meus erros e eu perdi
as chaves, mas que cabeça a minha ! Agora vai ter que ser para toda a vida [...]
Somos o que há de melhor, somos o que dá pra fazer, o que não dá pra evitar e não se
pode escolher.
Se eu tivesse a força que você pensa que eu tenho, eu gravaria no metal da minha pele o
teu desenho.
Feitos um pro outro, feitos pra durar. Uma luz que não produz sombra e não se pode esconder.