sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

' A música parou.





... é mais um dia silencioso, quando a morbidez da sua ausência estampa todas as visões possíveis, e o telefone que deixou de tocar, o filme que não passou, a palavra que não disse, o som que não toca, evidencia o espaço vazio que você já não ocupa mais.

Saiu da minha vida pela porta dos fundos, sem aviso prévio, em passos silenciosos e não tem previsão de volta.
Vasculhar o passado em busca de uma resposta acaba sendo mais brutal. É frustrante reviver lembranças que remetem à saudade , e que no fim não respondem nenhuma das suas dúvidas, ao contrário, só fazem surgir lamentações. Lamentações do que não foi e poderia ter sido, ou do que foi mas não era pra ser, ou que era pra ser mas não foi.
Tudo bem que não foi e poderia ter sido, ou do que foi mas não era pra ser, ou que era pra ser mas não foi, eu só acho que todo quase, merece uma explicação; logo eu, que adoro respostas...
História sem fim só é bom nos livros da Lígia Fagundes, o final não-desejado mas planejado, não era assim... ‘ tinha uma frase saudosa, e um abraço com direito a beijo de despedida. :*


Toda vez que toca o telefone eu penso que é você, toda noite de insônia eu penso em te escrever pra dizer que o teu silêncio me agride e não me agrada ser um calendário do ano passado, prá dizer que teu crime me cansa e não compensa entrar na dança depois que a música parou. A música parou.  Escrever uma carta definitiva, que não dê alternativa pra quem lê. Te chamar de carta fora do baralho, descartar, embaralhar você e fazer você voltar ao tempo em que nada nos dividia. Havia motivo pra tudo e tudo era motivo pra mais, era perfeita simetria, éramos duas metades iguais.
O teu maior defeito talvez seja a perfeição, tuas virtudes talvez não tenham solução; então pegue o telefone ou um avião, deixe de lado os compromissos marcados, perdoa o que puder ser perdoado, esquece o que não tiver perdão e vamos voltar aquele lugar [...]

Nenhum comentário:

Postar um comentário